Publicado em 19/11/2014Associação dos lojistas

Associação dos lojistas

Unir-se ao concorrente pode ser o melhor jeito de acessar maiores mercados e vender muito mais

Criar uma associação dos lojistas não significa acabar com a concorrência entre os estabelecimentos, mas é, antes, garantir saúde financeira às pequenas empresas, para que se mantenham competitivas e fortes diante dos grandes concorrentes.

“É uma organização de pessoas jurídicas, que se unem para melhor competir no mercado”, define o diretor técnico do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Carlos Alberto dos Santos. A ideia é se unir em redes, para tornar o negócio mais atraente e obter melhores condições de acesso aos mercados consumidores.

“É um jeito de pequenos empresários aumentarem seu poder de barganha junto a fornecedores, obtendo vantagens de pagamento e melhores preços; incrementar a logística de comercialização e distribuição de produtos e serviços; aumentar sua representatividade e força junto aos poderes públicos, e viabilizar acesso a serviços financeiros (empréstimos), inovação e capacitação empresarial”, enumera.

Desde que, dentro da associação dos lojistas, os mesmos mantenham sua autonomia para determinar estratégias próprias de venda e preços, não se configura a formação de cartéis – prática que, no Brasil, é tida como criminosa.
Há vantagem em se associar sempre que “o resultado obtido com o trabalho coletivo for melhor do que aquele que se alcançaria sozinho”, pondera Santos.

É o que acontece com muitos minimercados de bairros: para não fecharem as portas, reúnem-se em redes, conseguem comprar produtos de fornecedores a preços mais baixos e melhores condições de entrega e de pagamento, muitas vezes por meio de centrais de compras. Em grupo, investem em campanhas publicitárias que anunciam suas ofertas.

Lojas de materiais de construção regionais podem seguir este mesmo caminho.

Riscos envolvidos
“Cooperar é o melhor caminho, mas não é, necessariamente, o mais fácil”, afirma Santos. É preciso ter capacidade de gerir conflitos, promover a convivência e a valorização das diferenças, além de fazer valer o objetivo comum do grupo.
Por outro lado, uma liderança deficiente pode inviabilizar o trabalho cooperativo: o líder é a pessoa que vai decodificar as necessidades e objetivos comuns do grupo, sinalizar os caminhos para alcançá-los, e estimular a marcha conjunta.

Auxílio à associação 
O diretor técnico do Sebrae informa que a entidade disponibiliza uma série de soluções educacionais relacionadas aos temas da cooperação e da liderança. São cursos, oficinas, consultorias, palestras e vídeos que abordam o assunto, tendo em vista o desenvolvimento e o fortalecimento dos pequenos negócios.
O documento Referenciais de Cooperação do Sebrae busca proporcionar a colaboradores, consultores e parceiros, em todo o país, orientação rápida, simples e objetiva quanto à cooperação, bem como sua contribuição para a promoção da competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas.
Acesse este documento em: http://bis.sebrae.com.br/conteudoPublicacao.zhtml?id=4168
Benefícios e vantagens de se associar com outros lojistas:
•      Aumento do poder de barganha: compras e vendas coletivas;
•      Compartilhar riscos e dividir custos: produção e comercialização, pesquisas tecnológicas e de mercado, publicidade (anúncios em jornais, revistas, rádios e confecção de materiais promocionais), certificação, despesas e treinamento de pessoal, participação em feiras e eventos;
•      Maior representatividade: aumento do poder de interlocução junto às instituições públicas e privadas;
•      Agregação de valores por processos coletivos de certificação: “Comércio Justo”; “Orgânicos”; “Indicação Geográfica”;
•      Fortalecimento do Capital Social e da Governança: articulação e integração de ações de desenvolvimento de comunidades e de territórios;
•      Maior acesso a serviços de crédito e financeiros; capacitação; infraestrutura produtiva.
Prepare sua agenda
O Sebrae tem cursos, palestras, oficinas, consultorias e vídeos que educam para o exercício do cooperativismo:
•    Curso – Liderança Estratégica: duração de 20 horas, total de cinco encontros de quatro horas cada. Destinado a líderes empresariais e comunitários. O foco da capacitação são ferramentas e técnicas de apoio ao processo de liderança;
•    Curso – Cult Líder:  duração de 16 horas, total de quatro encontros de quatro horas cada, destinados a líderes empresariais e comunitários. O foco da capacitação é comportamental, fundamentado no desenvolvimento das Características do Comportamento Empreendedor (CCE);
•    Oficina – SEI Unir Forças: oficina de três horas de duração, concebida para microempreendedores individuais (MEIs) de um mesmo setor produtivo (agrupamento por afinidade ou por atividades correlatas complementares). Foco: vantagens e ganhos de empreender coletivamente;
•    Oficina – Liderar no Campo: Desenvolva o líder que existe em você: com quatro horas de duração, é dirigida a produtores rurais, MEIs, empreendedores de micro e pequenas empresas organizados em grupos, comunidades ou empreendimentos coletivos. Traz conceitos básicos e essenciais sobre a prática de liderança numa linguagem simples, clara e objetiva, com o propósito de estimular a reflexão dos participantes sobre sua postura na liderança do negócio;
•    Curso – Gestão Empreendedora para Centrais de Negócios: curso de 16 horas (quatro encontros de quatro horas cada um), voltado para diretores, gestores e membros de Centrais de Negócios;
•    Consultoria – Metodologia para Implantação de Centrais de Negócios: com duração de 540 horas, aborda temas como: O que é uma Central de Negócios?; Relacionamento com Stakeholders; Tecnologia de Informação e Comunicação; Liderança e Missão Empresarial, entre outros;
•    Curso – Redes Associativas: Em quatro módulos independentes:
o    Módulo 1: Despertando para o Associativismo. Oficina de quatro horas;
o    Módulo 2: Planejando nosso Empreendimento Coletivo. Vinte horas de capacitação, e nove de consultoria;
o    Módulo 3: Praticando o Associativismo. Dezesseis horas de capacitação;
o    Módulo 4: Legalizando o Empreendimento Coletivo. Dezesseis horas de capacitação;
•    Kit Educativo – Juntos Somos Fortes: solução educacional ministrada por meio de telessalas (12 horas), ou para estudo autônomo. Seu objetivo é estimular ações empreendedoras coletivas, contribuindo para a geração de emprego e renda na comunidade;
•    Consultoria – Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação – CultCoop: consultoria (152 horas) para ampliar capacidade cooperativa de grupos de empresas de objetivos comuns. De metodologia aberta, envolve estratégias de trabalho, e sua carga horária total pode ser distribuída em três etapas isoladas – não é preciso fazer tudo de uma vez só;
•    Palestra “O Negócio é Cooperar”: carga horária de 90 minutos ou menos, de acordo com o conteúdo programático e com o levantamento de debates entre os parcipantes. São temas Cooperação e governança; Planejando empreendimentos coletivos; Como o Sebrae pode ajudar?; Quais caminhos seguir?, entre outros;
•    Gestão Empreendedora para Centrais de Negócios: carga horária de 16 horas – quatro encontros de quatro horas cada. Para diretores, gestores e membros de Centrais de Negócios;
•    Vídeos – Série de TV: Cooperar é um bom negócio: sete programas, de 26 minutos cada, mostram formas de cooperação e possibilidades geradas pelo trabalho conjunto. Os vídeos podem ser acessados em: http://tv.sebrae.com.br/home/sebraenacional/category/183/
•    Série Empreendimentos Coletivos – “E-book”: onze cartilhas com informações básicas acessíveis em: http://www.biblioteca.sebrae.com.br

Manter o cadastro de fornecedores organizado e atualizado pode influenciar até nos resultados das vendas. Saiba como.

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