Mapa da Obra - E-book

Impacto do Plano Diretor para incorporadoras

Quero baixar!

Publicado por Carla Rocha em 28/10/2021Patologias em produtos pré-fabricados em concreto
Para combater a eflorescência, a principal medida é adensar ao máximo o concreto para diminuir a sua porosidade.Créditos: Divulgação - Idário Fernandes

Patologias em produtos pré-fabricados em concreto

É importante entender o porquê da formação das patologias que aparecem no concreto

Sabemos que um dos maiores problemas de uma estrutura é a formação de patologias, como bicheiras, futuras fissuras e trincas, e posteriormente, rachaduras que podem danificar permanentemente uma edificação. Por isso, é importante entender o porquê da formação das principais patologias que aparecem no concreto e receber dicas de como evitá-las, considerando pontos importantes desde a escolha da concreteira para evitar patologias em pré-fabricados e garantir a qualidade do material utilizado na obra, até as formas de aplicação e acompanhamento de concretagem, e posteriormente, o respeito ao processo de cura escolhido e cuidados nesta etapa.

De acordo com Idário Domingues Fernandes, engenheiro civil e técnico em edificações da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a eflorescência se manifesta de várias formas no concreto, sendo que a mais comum corresponde à migração, para a superfície da peça, do óxido de cálcio (CaO) em forma de hidróxido de cálcio (CaOH). “Isto ocorre normalmente quando o concreto possui alguma porosidade que permite que a água penetre no seu interior, dilua o óxido de cálcio e volte para a superfície por evaporação ou lixiviação”, ressalta.

Ao chegar à superfície, o hidróxido de cálcio encontra o Co2 presente no ar e se transforma em CaCo3 (carbonato de cálcio) que é nada mais nada menos do que aquelas maravilhosas obras de arte que têm nas cavernas (estalactites e estalagmites), ou seja, o calcário propriamente dito. “Esta é uma patologia comum em concreto e se manifesta em maior incidência em pré-fabricados de concreto vibroprensados justamente devido ao seu maior grau de absorção de água”, ressalta.

Produtos pré-fabricados em concreto seco, (semi dry concrete), como blocos de concreto, pavers, tubos de concreto, meio fio feitos no processo prensado, telhas de argamassa etc, possuem, normalmente, uma porosidade maior do que aqueles fabricados em concreto plástico e, por isto, tendem a  apresentar um índice de eflorescência maior do que aqueles confeccionados em concreto convencional, como meio fio processo dormido, paver dormido, pisos e revestimentos cimentícios, cobogós, elemento vazado, cochos, postes  e muitos outros feitos em concreto plástico.

Para combater a eflorescência, a principal medida é adensar ao máximo o concreto para diminuir a sua porosidade e também empregar cimentos que possuem pós reativos como escória, pozolana, sílica ativa ou Metacaulim. “Uma vez manifestada a eflorescência, esta pode ser removida com uma solução de ácido muriático ou clorídrico, normalmente uma parte de ácido para 4 partes de água”, complementa.

Como a eflorescência em concreto surge

Ainda segundo o docente, a eflorescência é um fenômeno muito comum em concreto vibroprensado e é, na maior parte das ocorrências, o carbonato de cálcio formado a partir da reação do dióxido de carbono presente no ar, com o hidróxido de cálcio (cal) liberado na reação do cimento com a água.


É um fenômeno muito comum em artefatos pré-fabricados de concreto, sobretudo nos porosos, ou seja, aqueles que são produzidos com concreto seco ou mal compactados. O processo de hidratação do cimento libera cal no interior do concreto durante a cura. Enquanto ainda estão no pátio, as peças ficam expostas à chuva e sujeitas a vários ciclos de molhagem e secagem do próprio processo de cura.


Quando o concreto é poroso, como é o caso da maioria dos artefatos de cimento ou pré-fabricados de concreto, o sol e o vento fazem com que a água que penetrou no interior do concreto volte para a superfície arrastando a cal que foi liberada na hidratação do cimento. “Com a evaporação desta água aflorada, a cal fica na superfície e, após entrar em contato com o oxigênio presente no ar, volta a carbonatar transformando-se em carbonato de cálcio, (calcário)”, aponta.


Essas manchas brancas não trazem nenhum prejuízo para o desempenho mecânico do produto, apenas prejudicam a sua aparência. “Em concretos coloridos, a eflorescência é mais visível em razão do realce da cor branca do carbonato de cálcio com o colorido da peça, porém, não existem estudos que mostrem qualquer influência negativa do pigmento na causa da eflorescência”, complementa.

Confira também os principais erros a serem evitados durante a concretagem:

Compartilhe esta matéria

Plano Diretor para incorporadoras: o que saber?

Quero conferir!

Mapa da Obra - E-book
X