Publicado por Votorantim Cimentos em 05/01/2024IV Seminário de Infraestrutura: confira os detalhes do bloco 1
Claudio Kazuo, da ARTERIS, Jean Ciriades, presidente do CBT, e Hugo Armelin, diretor de vendas da Votorantim Cimentos.Créditos: Votorantim Cimentos

IV Seminário de Infraestrutura: confira os detalhes do bloco 1

Confira os detalhes da palestra de Jean Ciriades, presidente do CBT (Congresso Brasileiro de Túneis), e Claudio Kazuo, da ARTERIS.

Nos dias 18, 19, 20 e 21 de outubro aconteceu o 64º Congresso Brasileiro do Concreto na cidade de Florianópolis/SC. O evento reuniu diversos artigos técnicos sobre o concreto e seus sistemas construtivos. Além disso, o congresso destacou o tema “Concretizando a inovação e a sustentabilidade”.

Por entender a importância desses encontros para fomentar a pesquisa e troca de conhecimentos com estudiosos e especialistas no assunto, que se reúnem anualmente nesse encontro considerado o maior conglomerado técnico-científico do país, a Votorantim Cimentos promoveu, no dia 19 de outubro, o IV Seminário de Infraestrutura – “Caminhos para o desenvolvimento de um Brasil sustentável”, que foi coordenado por Hugo Armelin, diretor de vendas da Votorantim Cimentos e assessor da comissão organizadora do evento.

O seminário reuniu grandes empresas do setor da construção civil como a CBT, WEG, DER/PR, Arteris, Tucumann, Nint Group, Vale, ANTT e Dynatest. Além disso, o seminário foi dividido em quatro blocos de palestras e discussões em mesa redonda.

Confira agora o que foi abordado no primeiro bloco:

O tema do bloco foi “Construindo um futuro com grandes obras”, em que os palestrantes Jean Ciriades, presidente do CBT (Congresso Brasileiro de Túneis), e o Claudio Kazuo da ARTERIS apresentaram os desafios relacionados à icônica e importante obra de contorno de Florianópolis. A mesa redonda desse bloco foi mediada por Hugo Armelin. 

O bloco 1, conduzido por Jean Ciriades, destacou a importância estratégica dos túneis na construção de um Brasil mais seguro e sustentável. Ao abordar o tema “Túneis: encurtando caminhos para um Brasil mais seguro e sustentável”, Ciriades compartilhou perspectivas cruciais sobre os benefícios dessas estruturas. O palestrante ressaltou que os túneis possibilitam traçados mais modernos, caracterizados por menos curvas e rampas controladas, reduzindo assim os acidentes.

Além disso, Ciriades salientou o impacto ambiental minimizado dos túneis, destacando intervenções mínimas nos emboques. Apesar de sua complexidade e custo elevado, ele enfatizou a vantagem econômica dos túneis e sua capacidade de viabilizar soluções urbanas sustentáveis, promovendo cidades centradas nas pessoas. No entanto, alertou para os riscos operacionais em espaços confinados, ressaltando a necessidade de um gerenciamento eficaz.

O palestrante discutiu a importância de uma análise de risco abrangente ao considerar elementos como vida útil, sistemas e aspectos civis na concepção de túneis. Dois casos exemplares foram apresentados: a duplicação da Serra do Cafezal, que resultou em uma notável redução do tempo de descida, economia de diesel e diminuição das emissões de CO2, e a Serra Boiçucanga – Maresias, destacando a relevância dos túneis na redução de riscos geológicos.

Caso 1: Transformação da Serra do Cafezal

Durante muito tempo, a Serra do Cafezal foi conhecida como a “rodovia da morte”. Para resolver essa situação crítica, foram implementadas várias soluções, incluindo a construção de 4 túneis com extensão total de 1,8 km e a instalação de 39 OAEs (7 km), representando um investimento significativo de R$ 1,3 bilhões. Além disso, foram utilizados 150 km de concreto, e a declividade máxima da rodovia foi limitada a 6%.

Os resultados dessas intervenções foram notáveis, contribuindo positivamente para a segurança e eficiência da rodovia. O tempo médio de descida, que anteriormente demandava 3 horas, foi drasticamente reduzido para apenas 25 minutos. Além disso, houve uma economia substancial no consumo de diesel, totalizando 63,2 milhões de litros por ano, e uma impressionante redução de 66,1 mil toneladas por ano nas emissões de CO2.

Caso 2: Desafios na Serra Boiçucanga – Maresias – SP/55 BR101

Em 2023, a região enfrentou rupturas de taludes em cortes e aterros durante períodos chuvosos, destacando a vulnerabilidade dos traçados desatualizados. Jean chamou a atenção para concepções antigas, em que o menor custo era priorizado em detrimento da consideração de impactos no longo prazo. Ele também enfatizou os riscos associados às vias encaixadas na encosta, caracterizadas por uma baixa resiliência geotécnica.

Considerando esses desafios, a proposta de solução envolve a construção de túneis como a alternativa mais eficaz para reduzir a declividade, minimizando assim os riscos geológicos, geotécnicos e a ocorrência de acidentes de trânsito. Essa abordagem visa não apenas resolver os problemas imediatos, mas também garantir uma infraestrutura mais resiliente e sustentável no longo prazo.

A viabilidade econômica dos túneis foi respaldada por estudos, incluindo análises refinadas que consideram a economia do usuário. A ITA (International Association) destacou o crescimento econômico da indústria de túneis em comparação com a média global da construção, evidenciando a crescente importância dos túneis no cenário mundial.

Jean terminou sua apresentação dizendo: “com ciclos longos, investimentos colossais, ausência de economias de escala e os riscos envolvidos, o mundo dos túneis parece ser o  local perfeito para inovações incrementais constantes, trazendo valor para clientes e oportunidades para desenvolvedores.”

Na segunda parte da palestra, Cláudio Kazuno apresentou os desafios de implantação do contorno de Florianópolis, uma obra abrangente para os catarinenses. Ele discutiu a gestão de qualidade, a variedade de soluções utilizadas, como cravada raiz e hélice contínua, e a importância da engenharia na superação dos dilemas associados aos túneis.

Kazuno destacou que, embora os túneis sejam inicialmente percebidos como caros, divisíveis e perigosos, avanços na engenharia têm tornado essas estruturas mais previsíveis, seguras e eficazes durante a construção e operação. Ele discutiu as etapas de escavação em rocha e solo, ressaltando a importância da prospecção para a estabilidade final do túnel.

A palestra concluiu enfatizando a necessidade de contingência e planejamento em obras de túneis, reconhecendo que, embora essas estruturas demandem recursos significativos, seu papel fundamental na promoção de soluções seguras e sustentáveis é inegável.

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