Cimento, argamassa e concreto magro: entenda a diferença
Materiais possuem finalidades diferentes mesmo com aparência similar
Existem materiais indispensáveis na construção civil que fazem parte de uma obra. O cimento, o concreto magro e a argamassa, são alguns dos exemplos que se pode colocar nessa lista de materiais. Porém, quais as diferenças entre cada um deles? Para quem não é especialista no assunto, esse tema pode ser um pouco confuso, mas bem explicado é fácil de diferenciar.
O cimento
O professor de Engenharia Civil da Universidade Presbiteriana Mackenzie, João Carlos Gabriel, explica que o cimento é um aglomerante hidráulico. Suas matérias primas são o calcário e a argila. Ao longo do processo de fabricação, também são adicionados outros elementos que promovem propriedades melhores ao material, como gesso e argila pozolânica. O resultado é um material fino pulverulento.
Quando o cimento é misturado com a água, produz uma reação exotérmica (que libera calor), cristalizando-se e adquirindo resistência mecânica. Após esse endurecimento, mesmo sob a ação da água, ele não se decompõe mais.
O que podemos fazer com o cimento?
Ao adicionar uma certa quantidade de água ao cimento se cria a chamada pasta de cimento. É dessa mistura que também pode surgir a argamassa, quando adicionamos agregados miúdos (areia).
A argamassa
As argamassas são definidas como mistura homogênea de aglomerante inorgânico, geralmente, um material cimentÃcio, agregados miúdos (areia) e água, que pode ou não conter aditivos quÃmicos, com intuito de garantir melhores propriedades para aderência e endurecimento, em função do uso e local que está sendo aplicado.
O professor da Nove de Julho e engenheiro civil, Antonio Celso de Souza Junior, destaca que as argamassas possuem diferentes caracterÃsticas e usos na construção civil. Geralmente, a mais utilizada para serviços comuns, é a utilização para execução de contrapisos, chapiscos como parte aderente para o reboco, camada única para regularização e proteção das alvenarias, assim como argamassas para assentamento de blocos de concreto ou cerâmicos.
O concreto magro
O concreto, em regras gerais, é uma mistura homogênea de cimento, agregados miúdos (areia) e agregados graúdos (pedra britada), água, aditivos quÃmicos e adições.
Na construção civil, o concreto magro, em sentido amplo, é um tipo de concreto sem função estrutural, com baixo consumo de cimento, agregados miúdos e graúdos, em consequência, baixa resistência mecânica. Possui em sua composição maiores quantidade de agregados em seu traço, ou seja, a proporção dos agregados a este tipo de concreto é maior do que um concreto com função estrutural.
São utilizados nos canteiros de obras em geral. Seu uso está atrelado a servir de regularização de bases, terrenos, fundações, radiers, sapatas, assim como separar armações do contato direto com o solo, e assim evitar problemas de umidade, ataques de agentes quÃmicos presentes no solo, como sulfatos e cloretos, que podem comprometer as bases e estruturas. Desta forma, o concreto magro servirá de um anteparo aos agentes agressivos e melhor regularização da superfÃcie.
Geralmente, seu uso ocorre em camadas com, no máximo, 5 cm de espessura. Primeiramente, efetua-se a escavação da área – terreno até obter a cota e nivelamento, realiza-se manualmente uma compactação do local, para evitar possÃveis quebras de bordas, após este processo realiza-se o lançamento de um lastro de concreto magro. Além da proteção e não contato direto com o solo, o preenchimento do concreto magro irá uniformizar a peça, também permitir a proteção mecânica, porém, sem função estrutural, poderá ser utilizado em bases de contrapiso.
Para resumir e facilitar a diferenciação, o cimento é a base para a confecção da pasta, da argamassa, do concreto e do concreto armado.
É fundamental conhecer as normas de concreto antes de iniciar uma aplicação. Confira nesta série gratuita, quais as principais normas: