Publicado em 11/08/2017Hidrelétrica de Belo Monte: produção específica e logística multimodal
A maior obra de infraestrutura do País, será a 3ª maior hidrelétrica do Mundo, exigiu um complexo planejamento para o abastecimento de cimento e adições da Votorantim Cimentos.Créditos: Paulo Barros / e-Construmarket

Hidrelétrica de Belo Monte: produção específica e logística multimodal

A Votorantim Cimentos adaptou fábricas para desenvolver cimento e adições de alto desempenho para a Hidrelétrica de Belo Monte

Considerada a maior obra de infraestrutura em curso no Brasil, a Usina Hidrelétrica de Belo Monte é a quarta maior hidrelétrica do mundo e a maior 100% nacional. Está localizada no Rio Xingu, à altura de Altamira, cidade do norte do Pará.

Com o término da obra previsto para 2019, a energia média produzida atenderá 18 milhões de residências em 17 estados brasileiros. Ao todo, 60 milhões de pessoas serão beneficiadas pela construção de Belo Monte.

A usina hidrelétrica terá potência de 11.233 Mw e funcionará a partir de um sistema de fio d’água, com a menor área alagada possível – um reservatório de 503 km², constituído por pequenos reservatórios de água que produzirão energia elétrica pela força da vazão natural dos rios. As águas, neste caso, passarão pelas 18 turbinas e voltarão ao leito.

 

Cimento para a hidrelétrica de Belo Monte

O fornecimento de cimento para a construção da usina está atrelado a diferentes fatores, como:

  • Garantir a produção necessária para atender 100% da obra dentro do prazo, seguindo as rigorosas especificações e o controle tecnológico exigidos;
  • Adaptar a fábrica de Xambioá, localizada no extremo norte do estado de Tocantins, para o fornecimento de adição pozolânica pela fábrica de Poty Paulista, em Pernambuco.
  • Importar Fly Ash (cinza volante, resíduo proveniente da queima de carvão mineral em termoelétricas).

Tanto a adição pozolânica quanto o Fly Ash são de elevada importância para conferir propriedades específicas ao concreto executado para a hidrelétrica de Belo Monte, além de possuir um importante caráter ambiental, seja pela redução da emissão de CO² no processo de produção do cimento, seja pelo uso de um resíduo que seria descartado no meio ambiente.

A Votorantim Cimentos aplicou sua experiência técnica decorrente dos cimentos já produzidos para as maiores usinas hidrelétricas do país ao cimento destinado à hidrelétrica de Belo Monte, mas com o desafio de prover insumos não disponíveis na região, garantindo que o suprimento mantivesse a quantidade e a qualidade durante toda a execução da obra.

Em produtos destinados a uma obra desta magnitude não podem incorrer em falhas, por isso seu desempenho é avaliado desde a produção até a aplicação, e ainda são monitorados durante muitas décadas, afinal, só se constrói obras como esta uma única vez.

A logística também mereceu atenção especial:

  • Deslocamento terrestre por meio de caminhões específicos para vencer a distância e as irregularidades das estradas;
  • Transporte fluvial pelo Rio Xingu por meio de barcaças, como opção de abastecimento durante os períodos de interdição da Transamazônica (período de cheias e chuvas intensas na região), garantindo o atendimento pleno ao desafiador cronograma.

 

Participação da Votorantim Cimentos

A Votorantim Cimentos entrou em um processo de licitação com grandes agentes do mercado, inclusive players mundiais, e venceu a concorrência devido a um forte planejamento que mobilizou todos os departamentos da empresa.

“Foi um projeto extraordinário, que envolveu a estrutura inteira da empresa, dividida em diversas diretorias: a de Operações para adaptar a capacidade produtiva, a Técnica para atender e controlar a qualidade especificada, a Logística para compor a melhor solução de abastecimento, a de Finanças para considerar o efeito da flutuação dos custos variáveis e fixos no longo prazo e, finalmente, a Diretoria Comercial para consolidar em um plano único todas as ações que seriam colocadas em prática ao longo da obra”, detalha Rafael Klein, gerente comercial da Votorantim Cimentos.

Assim, a partir de 2012, a Votorantim Cimentos passou a fornecer o cimento para a construção de infraestrutura básica da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, bem como para as obras de melhorias na cidade e seu entorno.

A partir do momento em que se decidiu executar a obra com o fornecimento de cimento, o prazo para implantar o plano foi muito curto, o que exigiu da empresa uma manobra rápida para adaptar as fábricas e preparar a melhor logística.

  • Foram disponibilizados caminhões de grande porte, com autonomia e poder de tração, pois as estradas eram muito irregulares e, em parte do período, ficavam alagadas. No geral, o percurso terrestre demorava 48 horas;
  • No modal fluvial, as barcaças que partiam do porto arrendado em Belém para a operação até o local da obra consumiam um prazo de 7 dias, desde o carregamento até a entrega dos produtos. O ciclo total se concluía em 11 dias;
  • O desenvolvimento do cimento teve o acompanhamento de um corpo técnico amplamente capacitado e equipamentos modernos, que viabilizaram o produto de acordo com os requisitos técnicos exigidos.

Segundo Klein, a solução não acabou no fornecimento. “Depois de fabricar o cimento e garantir sua estabilidade, acompanhamos o desempenho do material aplicado na obra. Assim, era possível melhorá-lo e economizar o consumo de cimento por m³ de concreto produzido. Com o aprendizado, o processo ficou bem mais otimizado e eficiente”, afirma.

Até o momento, a Votorantim Cimentos forneceu aproximadamente 1 milhão de toneladas de cimento e adições para a construção da Usina de Belo Monte. E esse número ainda deve aumentar até a conclusão da obra e da infraestrutura complementar em todo o entorno.

Essa está longe de ter sido a única atuação da empresa em grandes obras no país. Veja sobre a participação nas Olimpíadas 2016.

 

Outra grande obra que contou com cimentos da Votorantim foi a do novo Parque Olímpico, do Rio de Janeiro. A construção foi feita com concreto usinado.

 

Compartilhe esta matéria

Mais lidas

Veja também

X