Publicado em 05/05/2015Teste de arrancamento

Teste de arrancamento

Ensaio de argamassa controla variáveis que interferem no desempenho do revestimento

A aderência da argamassa ao substrato – seja ele concreto ou blocos de qualquer tipo – varia de acordo com fatores como condições ambientais e métodos de aplicação do produto, e um dos instrumentos que permitem avaliar cada caso é o chamado teste de arrancamento, ou de aderência.

O método é prescrito pela ABNT NBR 13.528:2010 – Revestimentos de Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas – Determinação da Resistência de Aderência à Tração, da Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Ensaio de resistência à tração, o teste de arrancamento verifica a interação entre as camadas constituintes do revestimento (base, ligação e acabamento), determinando o valor máximo da tensão de aderência suportada. “Mostra também qual das suas interfaces tem menor resistência às tensões atuantes”, explica Renato Vitti de Souza, supervisor de desenvolvimento técnico de mercado da Votorantim Cimentos.

Deve ser executado em painel teste, ao iniciar o assentamento das alvenarias, em locais de fácil acesso e expostos às reais condições do canteiro – nível de umidade, temperatura, chuvas. Isso aponta para a necessidade de cuidados com a argamassa a utilizar numa fachada sul, sombreada, e noutra norte, onde o sol incide durante todo o dia.

Por outro lado, argamassas projetadas mecanicamente tendem a apresentar valores de resistência superiores e mais uniformes à de argamassas aplicadas manualmente. A diferença se justifica no fato de que a projeção mecânica proporciona maiores superfícies de contato, reduzindo a porosidade e a permeabilidade dos revestimentos.

O teste de arrancamento também serve para controlar processos de execução. Define os traços da argamassa, principalmente em relação à granulometria da areia, com o objetivo de evitar que edificações já ocupadas apresentem patologias, como o descolamento de placas na fachada.

Realizado em painéis de no mínimo um metro quadrado, o arrancamento deve abranger tanto elementos estruturais quanto de vedação, sobre pontos a serem escolhidos aleatoriamente, inclusive no revestimento que está sobre juntas entre blocos. O recomendável é que as amostras sejam retiradas da fachada ainda no andar térreo – na face externa do edifício, utilizando um ou mais tipos de argamassas pré-selecionadas, industrializadas ou produzidas no canteiro, e sempre 28 dias após a aplicação da massa (para argamassas mistas ou de cimento e areia), ou 56 dias após (para argamassas de cal e areia).

A preparação dos corpos de prova permite obter algumas informações ainda no canteiro, antes da realização dos serviços, tais como rigidez, aderência a substratos, resistência superficial da argamassa, entre outros. O laudo completo, no entanto, pode levar dois ou três dias úteis para sair.

Passo a passo

Com uma furadeira acoplada a uma broca serra-copo de 50 mm de diâmetro, são feitos os furos para retirada do corpo de prova. Ao total, são feitos 12 furos aleatórios, de forma a abranger diversos pontos de blocos e nas juntas entre eles, onde as resistências da aderência são diferentes.

Após a limpeza da superfície de recorte, sobre cada furo é colada uma pastilha circular, com resina epóxi ou de poliéster. A pastilha tem ponto de acoplamento para equipamento de tração.
Depois, o aparelho de arrancamento (dinamômetro de tração), dotado de dispositivo para leitura de carga, é acoplado, e as pastilhas, então, arrancadas.

Por fim, as amostras são analisadas em laboratório. É calculada a resistência de aderência à tração de cada corpo de prova, e analisada sua forma de ruptura.

Liga para Massa Itaú: melhor escolha para o preparo de argamassa de reboco e blocos de alvenaria. 

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