Publicado em 18/02/2014Confira projetos que utilizam o granilite

Confira projetos que utilizam o granilite

Veja os 12 projetos em que esse material é protagonista, seguidos de dicas de execução e manutenção

O granilite – mistura de massa de cimento e minerais – foi bastante usado dos anos 20 aos 40. Sempre atraiu pelo resultado homogêneo, durabilidade e fácil manutenção. Mas garantir esses atributos depende de uma base bem feita e de mão de obra especializada na aplicação.

Depois de um tempo esquecido, o granilite voltou a protagonizar pisos, paredes, bancadas e escadas em projetos contemporâneos, e vai bem tanto em uma decoração mais singela quanto nas mais sofisticadas. “Podemos dizer que é um piso com alma, que com o tempo trinca, assim como nós”, filosofa o arquiteto Ivan Ventura. “Acho que o que é bom sempre volta”.

Conteúdo publicado no Casa.com.br

 Cimento para obras industriais garante secagem rápida e alta resistência 
Botão Site
  • O que é granilite? O material tem composição semelhante à do cimento queimado: na massa, leva cimento comum ou branco, areia e água. O diferencial está nos minerais – mármore, granito, quartzo e calcário. Mais resistente, a qualidade do granilite depende da proporção dos componentes. Se bem preparado e aplicado, dura mais de 40 anos, afirma Roberto Falcão Bauer, diretor técnico do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade, em São Paulo, que leva seu sobrenome. Segundo Jorge Wiszniewiecki, da Casa Franceza, o material foi bastante utilizado dos anos 20 aos 40, e tem voltado com força. Nesta cozinha com cara de fazenda, assinada pelo arquiteto João Armentano, o piso de granilite foi paginado em placas de 1 x 1m, em tons alternados, e deixou o ambiente mais aconchegante - Foto: Evelyn Müller
  • A diferença entre os granilites polido e fulgê está na textura da superfície. O primeiro recebe acabamento liso e camada de resina (poliuretânica no piso, ou acrílica, para paredes e bancadas). Já o segundo é rugoso, pois mantém o relevo dos pedriscos. O fulgê recebe uma lavagem com água para retirar o excesso da argamassa que envolve as pedras - também é chamado “granilite lavado”. A casa da arquiteta paulista Alice Martins foi construída na década de 40, mas ganhou o piso de granilite apenas com a reforma. Ela trocou a ardósia do piso, tanto na área interna quanto externa. “Feitos de pedrinhas de mármore, granilha moída e cimento, ambos condizem com a idade do imóvel. A diferença é que o fulgê [na parte externa] não recebe polimento. Na área interna, o granilite tem composição mais lisa e sofisticada”, diz - Foto: Luís Gomes
  • Nas paredes, a granulometria máxima é a 1. Grãos maiores (até 3) conferem maior resistência à abrasão, e são mais indicados para pisos. Não é o tamanho do grão que mede a resistência, mas o tipo de mineral: maior no quartzo, menor no mármore, intermediário no granito. Na casa projetada por Reinach Mendonça Arquitetos, o piso do hall foi revestido com uma mistura de granilite branco e cacos de mármore Espírito Santo. Primeiro, eles foram assentados com argamassa para cerâmica, em contrapiso nivelado. “Espera-se um dia de secagem para preencher o espaço entre as pedras com massa de granilite, cimento e água”, diz Antonio da Silva, sócio da Casa Franceza, encarregada da aplicação. É aplicada cera líquida a cada quinze dias depois de pronto - Foto: Célia Mari Weiss
  • No banheiro, o granilite polido é contraindicado, por ser muito escorregadio. Prefira opções mais rústicas. Os arquitetos paulistas Alice Martins e Flávio Butti, no entanto, escolheram esse revestimento para o piso de banheiro e deu certo. “Queríamos continuar utilizando o mesmo material do restante da casa”, contam. Até o rodapé é de granilite, o que garante o efeito de continuidade, além de proteger a área e ajudar na limpeza. Já o fulgê em bancadas de cozinha gera dor de cabeça para manter a limpeza devido à irregularidade da superfície, e não pode ter contato com limão ou ácidos. Para o arquiteto paulista Frederico Zanelato, melhor não usar esse tipo de granilite em locais de sujeira pesada ou que tenham contato com substâncias químicas. “Ele pode ser danificado ou manchar” - Foto: Alain Brugier
  • Há restrições para o revestimento em escadas? Não, desde que não seja do tipo polido. Isso exigiria fitas com abrasivos, para evitar escorregões. Melhor optar pelo granilite fulgê, naturalmente antiderrapante. A designer de interiores paulista Ana Queiroga decidiu manter a escada de granilite original desta casa, para evitar gastos e ainda conferir um charme retrô ao projeto. Nem foi preciso reformá-la, “apenas fiz uma limpeza comum na pedra bem profunda”, conta Ana. “Acredito que não existam restrições ao uso de granilite em escadas, o material é resistente e prático”, aposta a designer - Foto: Alain Brugier
  • Como preparar a área para receber o granilite? O que é determinante para a qualidade e durabilidade do material é uma base bem nivelada, sem ondulações, limpa e firme. “Isso evita trincas futuramente”, diz a arquiteta Alice Martins, que aconselha escolher mão de obra especializada para a execução também do contrapiso. Importante lembrar que, em áreas molhadas, ele deve prever o caimento para o ralo. Também é preciso acabamento áspero (sarrafeado) para a aderência da massa. Por isso, o granilite não deve ser aplicado sobre gesso, cal ou fibrocimento. Com base adequada e mão de obra especializada, o resultado fica bonito e uniforme. E foi em busca de unificar os espaços que o piso da cozinha e da sala de estar deste projeto do escritório brasiliense Domo Arquitetos foi revestido com granilite - Foto: Luís Gomes
  • O que são as juntas de dilatação? Sobre a base bem feita, são fixadas juntas de plástico, latão ou alumínio, que paginam o piso em 1 m2, no máximo. Nas paredes, o tamanho ideal são paineis de cerca de 1,5 m2. “Isso é importante, pois as juntas permitem a dilatação do material”, explica o arquiteto Sergio Camargo, de São Paulo, que assina esta sala com piso de granilite, impermeabilizado com cera acrílica. Dando espaço para o material se “movimentar”, diminuem os riscos de o granilite trincar. Outro cuidado: a argamassa que sustenta as juntas reduz a camada de granilite nesses pontos, que se tornam mais sujeitos a fissuras, diz Roberto Falcão Bauer, diretor técnico do Centro Tecnológico de Controle de Qualidade, em São Paulo. Por isso ele aconselha redobrar o cuidado na execução desses locais - Foto: Luís Gomes
  • Com a base adequada e as juntas bem distribuídas, o sucesso da execução passa a depender de mão de obra capacitada e experiente. “Isso ditará o preparo da mistura e, sobretudo, o cuidado da aplicação da mesma”, defende o arquiteto Sérgio Camargo. “Em vez de empreiteiros, prefiro o trabalho de empresas que garantam a qualidade”, diz o arquiteto Frederico Zanelato. Numa cozinha, como a projetada pelo arquiteto Henrique Cangaçu, o piso de granilite também vai bem, mas como é uma área que costuma acumular muita sujeira, é preciso ter manutenção adequada. Não utilizar produtos com cloro e cândida, e lavar com detergentes neutros, de preferência profissionais, é a recomendação da empresa Casa Franceza, responsável pela aplicação do granilite - Foto: Divulgação
  • Numa área de 40 m2 a 60 m2, o tempo médio de aplicação do granilite é de 20 dias; do fulgê, 12 dias. Primeiro a argamassa é espalhada e desempenada sobre a base. Grãos adicionais ficam sobre a superfície. A massa é alisada com desempenadeira de aço, e deixada para curar por uma semana. Se for fulgê, pedirá limpeza para retirar o excesso de cimento e, depois, resina. Já o liso recebe polimento grosso e estucagem para preencher os poros, feita com a mesma cor da argamassa, para evitar manchas. Depois de dois dias, é feito o polimento fino e a aplicação da resina. O arquiteto Sergio Camargo, que projetou a cozinha, indica o uso de cera acrílica, pois protege melhor contra sujeiras e é mais fácil de manter, remover e reaplicar - Foto: Luís Gomes
  • Fissuras são normais? A arquiteta Bela Gebara, de São Paulo, compara a fios de cabelo o tamanho das fissuras que aparecem no granilite – “e sim, são normais. Ocorrem em vários pontos, por conta da dilatação do material”, explica ela, responsável pelo projeto deste banheiro, que leva piso e bancada revestidos com granilite. Se a base não for boa, a movimentação da estrutura pode fazer surgirem mais fissuras. Desrespeito ao tempo de cura, erro na proporção dos componentes ou mistura não uniforme também podem alterar o resultado. Fissuras superficiais são amenizadas com polimento fino, mas as mais profundas pedem avaliação especializada. Se não resolver, o jeito é refazer. Reparar apenas a área danificada tem como efeito colateral gerar uma tonalidade diferente - Foto: Salvador Cordaro
  • Posso ficar no ambiente durante a obra? Com muito pó e cheiro forte de resina, nunca. “Depois da cura, entra em processo de polimento, com máquinas que trabalham com água. A sujeira é assustadora”, afirma a arquiteta Maristela Faccioli, de São Paulo. Por isso, numa reforma – como a dos arquitetos Ivan Ventura e Melina Aoki Moraes –, espere o piso ficar pronto para desfrutar da praticidade do revestimento. “Tem um preço bom, foge do lugar comum e confere um ar retrô bacana ao lugar”, conta Ivan. As juntas são do tom do piso, o que aumenta a unidade visual - Foto: Zé Gabriel
  • Uma das maiores vantagens do granilite é sua fácil manutenção. Foi o que definiu a escolha do piso de granilite polido no sobrado do arquiteto Felipe Scroback, em São Paulo. Para ter vida longa, o revestimento não pode ter contato com produtos abrasivos ou químicos, já que danificam a argamassa composta por cimento. Vassoura e detergente neutro são suficientes na limpeza. Para a limpeza pesada, o fulgê aceita lavadora de pressão, com bico regulado em leque. O bico pontual fura a argamassa e solta os grânulos, alerta Jorge Wiszniewiecki, da Casa Franceza. A manutenção do piso polido deve ser feita com cera, e a resina é reaplicada a cada dois ou três anos. - Foto: Evelyn Müller
Compartilhe esta matéria

Mais lidas

Veja também

X