Publicado em 06/11/20156º Seminário Internacional BIM

6º Seminário Internacional BIM

Realizado em São Paulo, 6º Seminário Internacional BIM incentiva tecnologia de gerenciamento

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) lançou o Prêmio BIM durante o 6º Seminário Internacional BIM (Building Information Modeling), realizado em 22 outubro, em São Paulo.

A premiação, prevista para outubro de 2016, promove a adoção do sistema de modelagem de informação em empreendimentos de empresas brasileiras, disseminando melhores práticas de uso dessa tecnologia, além de fomentar o seu ensino nos cursos de engenharia e arquitetura do país e incentivar fornecedores de materiais e componentes da construção civil a desenvolver bibliotecas BIM.

Poderão concorrer ao prêmio construtoras, instaladoras, incorporadoras, gerenciadoras de obras e donos de empreendimentos; arquitetos, projetistas, estudantes, professores e pesquisadores de universidades brasileiras; as próprias instituições de ensino de nível superior, fabricantes e fornecedores de materiais e componentes de construção civil, órgãos e empresas públicas. Ou seja, todos aqueles habilitados a usar e se beneficiar do sistema.

O Sinduscon-SP ainda não divulgou quais serão as categorias premiadas, mas informa que a partir de janeiro de 2016 será disponibilizado o regulamento completo do prêmio no portal www.sindusconsp.com.br.

Trabalhos serão julgados por um comitê especial formado por profissionais e professores experientes em BIM, seguindo critérios como relevância, inovação, contribuição para a evolução do mercado, entre outros.

Opção à crise

O 6ª Seminário Internacional BIM foi realizada pelos comitês de Tecnologia e Qualidade (CTQ) e do Meio Ambiente (Comasp) do Sinduscon-SP e reuniu mais de 400 pessoas no auditório do Caesar Business Faria Lima, em São Paulo.
Ao abrir o evento, o presidente do sindicato, José Romeu Ferraz Neto, lembrou que a implantação do BIM “é um caminho irreversível, que está mudando radicalmente a construção no Brasil. Os ganhos em custos, prazos, qualidade e produtividade compensam largamente os investimentos realizados”.

Para Romeu Ferraz, empresas devem refletir sobre quanto estão perdendo por não utilizarem o sistema – e não mais se preocupar com seus custos de adaptação.
O doutor em engenharia pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e professor da Universidade do Sul da Califórnia (EUA), Lúcio Soibelman, acredita que o maior obstáculo ao avanço do BIM no Brasil é a mentalidade do empresário.

“Em momentos de baixa da economia e dos negócios, a grande tendência no Brasil ainda é demitir. No exterior, o que vemos em momentos semelhantes é o investimento em capacitação de pessoal para reter talentos”. Ele relatou que em 2008, época em que estourou a crise nos EUA, apenas 30% das empresas daquele país haviam adotado o BIM. Em 2014, 90% delas já tinham aderido ao sistema e, hoje, seu uso é condição obrigatória para desenvolver e executar grandes projetos.

Já o professor do Center for Integrated Facility Engineering (CIFE), da Universidade de Stanford (EUA), John Kunz, afirmou que a grande vantagem do BIM é que seus modelos não são virtuais, mas apresentam exatamente o que o construtor vai ter no final da obra.
Durante o Seminário Internacional BIM, Kunz mostrou exemplos de como mensurar ganhos diários proporcionados pelo sistema de informação, que integra projetistas, gerenciadores, fornecedores e clientes. “Em primeiro lugar, é preciso ter muita clareza do que deseja, com planos de longo prazo, de até 10 anos”.

Em momentos de crise, disse Kunz, liderar o mercado significa oferecer ao investidor um protótipo mais realista do produto final – o que significa enorme redução dos riscos do investimento. “Transparência, responsabilidade, organização e credibilidade dos dados gerados são os pontos fortes do BIM”, diz.

O futuro é hoje

Em cinco painéis de palestras e debates, que reuniram acadêmicos, pesquisadores e empresários do mercado internacional da indústria da construção civil durante o Seminário Internacional BIM, foram apresentados estudos sobre o uso do laser scanning, tanto em projetos como no gerenciamento avançado de facilities; formas de implantação do BIM por empresas especializadas (terceirização) e tecnologias 5D.

Professores da Universidade da Carolina do Sul (EUA) trataram da importância do BIM para a simulação de espaços construídos como revolução informacional nos campos da arquitetura, da engenharia e da construção, e apresentaram resultados de pesquisas sobre a integração do sistema às realidades virtual e aumentada – inclusive para uso pelo operacional de obra, durante a execução ou a manutenção (pós-obra) de epaços construídos, portanto, muito além da etapa de desenvolvimento do projeto executivo. “Não podemos ficar por muito tempo na crise. Temos que nos mover rápido”, alertou Soibelman.

Cases de sucesso apresentados no 6º Seminário Internacional BIM

O consultor técnico da agência que regula a construção de edifícios em Cingapura (BCA, do inglês), Sonny Andalis, detalhou a evolução do BIM após sua implantação para desenvolvimento e licenciamento de obras naquele país.
A participação do poder público, com a criação de um fundo de incentivo ao uso de sistemas integrados, foi crucial para essa história de sucesso.

Nos últimos anos, Cingapura criou cursos específicos de gestão em BIM, além de manuais e guias. “São mais de 700 empresas beneficiadas com a capacitação de oito mil profissionais e uma melhoria de eficiência média das empresas de 25%”, informou Andalis. “Criamos um comitê para discutir o assunto e fomentá-lo, inclusive nas universidades, onde já formamos 4.500 especialistas”. No Brasil, um case de sucesso foi apresentado pelo BIM manager Carlos Cabral e pelo gerente de processos e sistemas de gestão Leandro Duarte, da Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI).

Ao rever processos internos, a empresa aproveitou a oportunidade para investir em um novo modelo de gestão. O principal impacto da chegada do BIM foi a receptividade das equipes de obra, com reflexo direto no processo de produção, que ganhou celeridade.
“Em 2015, atingimos uma assertividade de 92% entre prazos previstos e realizados e de 99% nos custos previstos e realizados; além de uma redução no consumo de papel equivalente a uma árvore por torre”, observou Duarte.

Além de otimizar os processos tecnológicos de sua empresa, saiba como evitar problemas com uma gestão de riscos eficiente.Botão Site
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