Publicado em 23/10/2015Revestimento de fachadas requer cuidado

Revestimento de fachadas requer cuidado

Patologias no revestimento exigem atenção qualificada

Manchas, placas soltas e fissuras são alguns dos sinais de que fachadas de edifícios não vão bem. E todos os tipos de revestimento – pedras, cerâmicos ou argamassados – podem apresentar falhas, caso não tenham sido bem executados, ou o material escolhido seja de qualidade inferior. Mas, antes, é preciso reconhecer a raiz da questão.

Segundo o consultor e engenheiro Renato Freua Sahade, professor responsável pelo curso Revestimento de Fachadas: Aspectos Essenciais para Prevenção, Diagnóstico e Correção de Manifestações Patológicas, ministrado este ano no Instituto de Engenharia, erros em projetos causam 46% dessas patologias.

“Nossos projetistas consideram mais o padrão estético dos materiais, como cor e textura, do que as características tecnológicas e condições ambientais de exposição do material escolhido”, critica Sahade.

A nova norma de desempenho ABNT NBR 15.575/2013  – Desempenho de Edificações Habitacionais, da Associação Brasileira de Normas Técnicas, foi atualizada em 2013 e promete mudar esse quadro nos próximos 15 ou 20 anos, acredita. Além dos erros nos projetos, falhas na execução são a segunda maior causa das patologias, repondendo por 22% delas. A qualidade dos materiais empregados vem em terceiro lugar – 15% -, seguida do mal uso ou falta de manutenção das fachadas (8%).

Primeiro, identifique o problema

Para reconhecer qual a “doença” da fachada, e poder tratá-la da forma correta, o profissional de obra deve estar familiarizado com cada material. Assim, nas superfícies revestidas com pedras, como mármores e granitos, os problemas mais comuns são lascamentos, fissurações, manchas, eflorescências e descamações. Já nas fachadas cerâmicas, como porcelanatos, grés, semi-grés, semi-porosos, pororos, azulejo ou azulejo-fino, o descolamento de placas equivale a 67% das falhas encontradas.
No caso dos revestimentos argamassados, o aparecimento de fissuras e infiltrações, corrosão e manchas superficiais estão entre as patologias mais comuns.

Para evitar tudo isso, o ideal é que o projeto seja pensado de acordo com o ambiente em que está sendo construído. “O revestimento de fachadas à beira-mar devem ser feitos com pedras e revestimentos cerâmicos, que são mais resistentes às intempéries. Já em edifícios de luxo, são muito usadas as armagassas que imitam o mármore travertino, ou placas de rocha”, avalia Sahade. Características climáticas da cidade têm impacto direto nos projetos: “Se o prédio está no Rio Grande do Sul ou no Rio Grande do Norte, é preciso considerar exposição solar, frequência das chuvas e a incidência de ventos, antes de optar por um ou outro material”.

Ao diagnosticar uma falha na fachada e entender a extensão do problema, o primeiro passo é fazer um ensaio simples e barato: a percussão da área afetada, por meio de uma equipe de cordistas com martelos. “Um engenheiro patologista responsável julgará a necessidade de remover todo o revestimento, ou parte dele, indicando a técnica específica de reparo para o caso”, diz o consultor.
O patologista também poderá recorrer a ensaios laboratoriais, para testes da aderência, ensaios químicos da argamassa ou caracterização das placas de pedra.

Em fachadas com fissuras originadas por diferenças nos índices de dilatação das estruturas de concreto e da alvenaria, em reposta às variações locais de temperatura, a inserção de telas metálicas entre paredes e elementos estruturais costuma ser eficaz.
Já em locais onde haja queda de placas de revestimento por baixa resistência da argamassa, ou mesmo do emboço, o indicado é, antes, remover toda a camada enfraquecida, reconstituí-la e, só então, assentar novas placas, cujo índice de expansão por umidade deverá ser inferior a 0,6 milímetros por metro.

“Uma equipe qualificada pode realizar o reparo de quatro fachadas em até seis meses de obra. Os profissionais que fizerem esse tipo de reparo devem ser acompanhados de perto pelos engenheiros responsáveis. A equipe de manutenção também terá supervisão constante, para não cometer erros”, aconselha Sahade.

Técnicas de fixação de revestimento de fachadas

A qualidade do revestimento de fachadas em edifícios está além dos materiais escolhidos. Para quem segue normas técnicas europeias, por exemplo, a recomendação é, em prédios com mais de 11 pavimentos, ou mais de 30 m de altura, que peças sejam fixadas, e não aderidas (coladas, apenas) à superfície.

Telas metálicas, bandagens, tirantes, grampos, selantes, injeções e membranas acrílicas são as opções mais comuns, além da tradicional argamassa colante e da ancoragem mecânica a partir de inserts metálicos – entre todas as técnicas de fixação de acabamentos que garantem maior durabilidade, sem patologias nas fachadas.

A definição da melhor técnica, nesse caso, também passa pela compatibilidade ao material escolhido para revestir, e às condições ambientais e climáticas locais.

Agora confira 4 dicas de conservação de revestimento de fachadas para ensinar aos seus clientes 

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