Publicado em 10/02/2015Aprenda a usar o BIM – Building Information Modeling

Aprenda a usar o BIM – Building Information Modeling

Um consultor deve identificar quantos e quais softwares sua empresa ou obra necessitará.

Apesar de ainda não ter seu uso normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o BIM (Building Information Modeling, no inglês) se populariza no país.

De acordo com o professor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Eduardo Toledo Santos, “entre os muitos interessados, a maioria não entende o processo – que reúne informações de diversos softwares num lugar só”, explica.

Em projetos de arquitetura, Revit, ArchiCAD, AECOsim e Vectorworks são os programas mais viáveis, com resultado final semelhante, sendo praticamente impossível observar qualquer diferença prática nas respectivas impressões.
“Nos programas de Computer Aided Design (CAD) – AutoCAD, MicroStation, Vectorworks, ImtelliCAD ou qualquer outro para desenhos vetorizados -, modelos traçados não apresentam diferença entre si”, confirma o arquiteto e urbanista Silvio Kimura, especialista da Engbras.

Já para projetos de engenharia, Revit Structure, Scia Engineer, Tekla Structures e o TQS-CAD costumam ser os mais indicados. Softwares mais específicos, como o GerPrE (da TQS-Planear, em parceria com a TQS Informática) também podem ser apropriados.

Este último organiza, integra e simplifica o fluxo de informações gerado durante a execução de estruturas de concreto. “Ele calcula a quantidade de insumo necessário para a execução de um pavimento ou laje”, conta Santos. O sistema facilita não só a coleta de informações pela equipe de produção, mas a visualização e entendimento de aspectos do projeto por meio de desenhos em 3D.

Para a coordenação dos projetos, programas como o Solibri e o NavisWorks surgem como ferramentas recomendadas. “Reúnem em uma só apresentação todas as informações geradas por outros softwares de projeto. Eles também identificam possíveis interferências, como a presença de tubulação em área indevida, alertando ao problema”, esclarece Santos.

Santos lembra que a correção do projeto deverá ser feita pelo próprio projetista. “Tudo é salvo no servidor BIM, normalmente em rede, para que os envolvidos no projeto possam consultar o documento atualizado”.

Qualificação fundamental
Apesar de ferramenta eficiente, o BIM não faz milagres. O sistema requer trabalho intelectual para fazer a diferença. “Não há software que substitua um arquiteto ou engenheiro qualificado”, avalia Kimura. Os prazos necessários, por outro lado, são maiores – para desenvolver a partir de uma ferramenta mais complexa e completa, mais tempo de trabalho será ocupado.

“Se a modelagem do edifício acelera a produção de plantas, cortes e vistas, também requer antes, durante e depois da inclusão no modelo 3D a parametrização de diversos itens”. O método BIM viabiliza a concepção de projetos tridimensionais, e facilita sua execução. Visto dentro de uma nova geração de ferramentas CAD, “um projeto resultante de BIM não pode ser comparado aos demais; nele a informação gráfica e não gráfica

é muito maior”, define Kimura.

“Reúne dados do ciclo de vida do edifício, definições, métodos de trabalho, práticas de projeto, de construção e de operação.” O BIM processa, ao mesmo tempo, dados geométricos, dimensões espaciais, sobre mão de obra, tipologia de materiais e custos – tudo calculado e detalhado.

Segundo o professor da USP, não há um preço único para implantar o método: “O consultor precisa, antes, identificar as necessidades da empresa, quantos e quais softwares ela precisará, e se a mesma possui computadores com memória apropriada para isso”.

Mapeamento da concretagem traz informações essenciais sobre elementos concretados 

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  • Modelamento de arquitetura, estrutura e instalações feitos em Bentley AECOsim - Crédito: Silvio Kimura/ Divulgação
  • Coordenação de projetos multidisciplinar em AECOsim - Crédito: Silvio Kimura/ Divulgação
  • Arquitetura e instalações modeladas em Bentley AECOsim; Estrutura, em TQS - Crédito: Silvio Kimura/ Divulgação
  • Coordenação de projetos pode ser feita com o software Solibri Model Checker - Crédito: Sinco Engenharia/ Divulgação
  • Instalações e estruturas ficam evidentes no Solibri - Crédito: Sinco Engenharia/ Divulgação
  • Solibri reúne todos os dados do projeto em uma só visualização - Crédito: Sinco Engenharia/ Divulgação
  • No Solibri, todas as informações do projeto são unificadas - Crédito: Sinco Engenharia/ Divulgação
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