Publicado em 29/09/2015Tendências para o setor da construção civil

Tendências para o setor da construção civil

Conheça as expectativas sobre possíveis novos rumos para o setor

Dados levantados pela Votorantim Cimentos com especialistas, professores universitários das áreas de engenharia civil e arquitetura, projetistas e representantes de grandes construtoras revelaram como o setor da construção civil encara e tem se preparado para questões como inovação tecnológica, economia de mercado, infraestrutura, meio ambiente, relações de trabalho e o papel da construção civil na sociedade atual.

É senso comum entre os consultados que muitas empresas deixaram de ter visão estratégica e empreendedora, e passaram a contratar poucos engenheiros, sem priorizar competências multidisciplinares. Empresas apontaram ainda que é preciso haver maior sinergia entre mercado e academia, para que profissionais tenham uma formação completa e entendam seu papel no setor construtivo e na sociedade. Com deficiências nos cursos de formação, fica diretamente afetado o setor de negócios para inovação: o resultado é que todos empregam as mesmas competências, e acabam concorrendo (sempre) na realização dos mesmos serviços.

O talento para o risco é pequeno, por parte do empresário, e a justificativa disso está no fato do setor da construção civil não ser, por exemplo, como o automotivo, em que poucas empresas dominam e direcionam os rumos da cadeia produtiva. Entrevistados entendem a construção como um grande varejo, e nesse ambiente, antes de inovar, é necessário convencer a todos de que a inovação é o melhor caminho. Para piorar o quadro apontado como bastante estagnado, em um contexto macroeconômico instável e de contenção do apoio público à pesquisa e ao desenvolvimento, iniciativas empreendedoras se tornam cada vez mais escassas. Resta, assim, um sem número de projetos sem conteúdo verdadeiro, que não trazem novidades para a construção.

Por outro lado, o próprio setor privado, porque desestimulado, quer sempre contar com o apoio de políticas públicas de investimento em obras de infraestrutura, como hospitalares, rodoviárias, aeroportuárias ou de produção de energia. Quando as coisas andam mal, todos querem se socorrer em programas de governo para manter a produção em atividade. Mas, se o país tende a olhar mais para essas soluções urbanas, também é verdade que ainda há um grande mercado de reformas, possível de ser visto como uma “segunda via” para resolver a crise de incentivo a atitudes inovadoras, e que não tem ganhando a devida atenção do empresariado.

Padronização de processos
Outro ponto levantado foi a necessidade de padronizar processos da cadeia construtiva, o que serviria para reduzir ineficiências e, principalmente, desperdício de materiais – a questão ambiental, disseram, é alarmante. Essas melhorias também poderiam refletir sobre a economia, na mesma medida em que possibilitam reduzir custos e, assim, os preços finais ao consumidor. No entanto, sem planejamento e políticas sólidas para gestão das empresas, com engajamento social, o que se conclui é que o setor da construção civil precisa refletir mais sobre sua própria função na sociedade: o que pretende entregar para o mundo em termos de produtos e benefícios, e principalmente como deve comunicar seu produto ao usuário – público ou privado –, a fim de que seja elemento de melhora da qualidade de vida.

A ideia é que a tomada de consciência seja cíclica, não só por parte de produtores, mas também da sociedade como um todo, onde se encontram operalcional de obra e consumidores dos produtos da construção. É o próprio setor da construção civil quem deve tomar dianteira neste processo. Para os entrevistados, empresas fornecedoras como a Votorantim Cimentos devem atuar de maneira significativa no traçado desses novos rumos, direcionando a cadeia como um vetor de mudanças capazes de transformar os produtos da construção em benefícios – para que não sejam meras commodities.

Tecnologia e meio ambiente
Alguns pontos específicos sobre inovação tecnológica foram detectados junto a acadêmicos e construtores consultados pela Votorantim Cimentos. A tecnologia Building Information Modeling (BIM) foi apontada como um caminho inevitável, mas que deverá ser introduzida aos poucos no Brasil, porque nossa capacidade de absorver a evolução tecnológica ainda é lenta.

A ideia de uma introdução paulatina da nova metodologia visaria seu aproveitamento total, o que nunca aconteceu com o CAD, que até hoje é conhecido muito superficialmente por seus usuários. Outro ponto levantado foi a introdução de espessantes a sacos de cimento, para evitar rasgos durante o transporte e, assim, perdas do importante material.

Sobre a questão ambiental, opinaram que as indústrias de materiais de construção terão de se responsabilizar por danos que causarem ao meio ambiente, e por resíduos gerados na cadeia produtiva, mas não deixaram de admitir que a redução de emissões de gás carbônico, apesar de necessária, triplica os preços do cimento – o que impacta negativamente sobre todos os preços da cadeia.

Entre os mais modernos sistemas aplicados em obras habitacionais está a construção em série feita a partir de fôrmas de concreto.Botão Site
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