Publicado em 24/03/2016Novo presidente do Secovi-SP analisa cenário econômico e reflexos no setor
Momento atual é interessante para o comprador que deseja aproveitar os descontos

Novo presidente do Secovi-SP analisa cenário econômico e reflexos no setor

Para Flavio Amary, novo presidente do Secovi-SP, retração no lançamento de imóveis pode elevar preços no futuro

Recém-empossado presidente do Secovi-SP para o biênio 2016/2018, Flavio Amary acredita que “fortalecer o setor imobiliário é fortalecer o país”. A atual desaceleração da economia nacional é, segundo ele, particularmente complexa, e os instrumentos até então empregados para combatê-la se mostraram inadequados.

“Esse cenário tem origem em uma crise política sem precedentes. Enquanto não houver solução para ela, dificilmente será possível retomar o desenvolvimento nacional”, analisa, recomendando ao governo federal políticas de ajustes fiscais, seriedade para promover as reformas tributária, previdenciária, administrativa e política, além do controle da inflação. Desde fevereiro, quando assumiu a presidência do Secovi-SP, Amary substitui Claudio Bernardes, que ficou no posto por dois mandatos consecutivos (2012/2014 e 2014/2016).

Números da crise

Em 2015, a queda nas vendas de imóveis novos na capital paulista foi de 6,6% em comparação ao ano anterior, e a de lançamentos chegou a 37%. A queda nos lançamentos levará à redução da oferta no futuro, com consequente pressão para o aumento dos preços dos imóveis. “Neste momento, temos de buscar alternativas de empreender em novos nichos de mercado”, afirma Amary, mencionando o de condomínios para idosos, que considera promissor, porém com poucos lançamentos.

A faixa que apresenta melhor desempenho em vendas é a de imóveis de dois dormitórios, uma aposta conservadora do mercado imobiliário, mas que encontra aderência dos consumidores. O momento atual é interessante para o comprador que deseja aproveitar os descontos – estratégia dos incorporadores para a redução de estoques.

A questão dos distratos

Embora o Secovi-SP não monitore os distratos de compra e venda de imóveis, Amary considera que o número é crescente e abrange situações distintas. Uma delas é quando a pessoa tem dificuldade de pagar, por razão externa à sua vontade. Outra é quando o comprador desiste por não querer mais o negócio, o que acaba gerando problemas, porque a empresa não vende ‘opção de compra’ – contrato unilateral em que apenas um dos lados demonstra interesse na compra, que pode ou não ser exercida no futuro.

Atualmente, não existe legislação com critério objetivo e claro de como deve funcionar o distrato. “Uma de nossas metas é buscar uma forma objetiva de devolução com critérios estabelecidos por legislação federal. Isso fará com que as pessoas, na compra ou na venda, saibam o que vai acontecer numa hipótese futura de rescisão ou distrato”, conclui o presidente.

Alto peso dos impostos aumenta custos de projetos e até os inviabilizam. Com uma boa gestão tributária, é possível legalmente reduzir as cargas tributárias.

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