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Publicado em 29/08/2018Norma Comentada: ABNT NBR 6118 – Estruturas de Concreto Armado – Procedimento
Estruturas de concreto devem seguir procedimentos estabelecidos pela ABNT NBR 6118Créditos: Shutterstock

Norma Comentada: ABNT NBR 6118 – Estruturas de Concreto Armado – Procedimento

Tire as principais dúvidas sobre uma das normas técnicas que regem o projeto de estruturas de concreto armado

O que diz a norma NBR 6118?

No que tange à durabilidade de estruturas de concreto armado, a conformidade do projeto está relacionada aos parâmetros considerados. De forma geral, a NBR 6118 – Estruturas de concreto armado – Procedimento (ABNT, 2014) estabelece, principalmente, os aspectos de qualidade do concreto.

Os principais parâmetros da qualidade que devem ser considerados quanto à durabilidade da estrutura durante a elaboração do projeto dizem respeito ao cobrimento das armaduras e à classe de resistência mecânica do concreto.

Com relação à qualidade do concreto de cobrimento, a Norma Técnica NBR 6118 (ABNT, 2014) estabelece uma relação entre o ambiente de exposição do concreto e a sua qualidade, conforme apresentado na Tabela 1, na qual é possível observar a classe de agressividade, classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto e o risco de deterioração da estrutura.

Tabela 1 – Classes de agressividade ambiental – NBR 6118 (ABNT, 2014)

tabela

A partir da determinação da classe de agressividade ambiental, é possível determinar, a partir da Tabela 2, a relação água/cimento máxima e a classe de resistência do concreto.

Tabela 2 – Correspondência entre a classe de agressividade e a qualidade do concreto – NBR 6118 (ABNT, 2014)

tabela

De forma análoga, deve-se determinar o cobrimento mínimo nominal (Tabela 3), devendo esse parâmetro ser estabelecido como critério de aceitação da construção. Para garantir o cobrimento mínimo, o projeto deve considerar o cobrimento nominal, que é o cobrimento mínimo acrescido da tolerância de execução.

Em obras correntes, o valor do cobrimento nominal deve ser igual ou superior a 10 mm, sendo que, quando houver um controle rígido de qualidade, o valor do cobrimento nominal adotado pode ser de 5 mm.

É importante ressaltar que o cobrimento mínimo sempre está referido à superfície externa da armadura, ou seja, geralmente, à face externa do estribo.

Tabela 3 – Correspondência entre a classe de agressividade e o cobrimento nominal – NBR 6118 (ABNT, 2014)

tabela

Cuidados para seguir as diretrizes para durabilidade das estruturas de concreto

Os principais cuidados para garantir a durabilidade das estruturas de concreto armado durante a execução de seu projeto é que o concreto possua especificações técnicas claras e que seja dosado de forma racional, obedecendo aos parâmetros de resistência mecânica e de durabilidade. Durante a execução da construção, é importante que seja respeitado o cobrimento das armaduras, utilizando-se espaçadores com as dimensões adequadas.

As formas devem estar limpas, sem a presença de materiais contaminantes nem impregnadas com agente desmoldante, sendo estanques para evitar perda da nata de cimento. É importante que as formas sejam molhadas antes da concretagem para evitar que elas absorvam a água do concreto.

O concreto deve ser lançado e adensado corretamente, retirando-se o ar aprisionado e evitando-se ‘bicheiras’ ou ‘nichos de concretagem’. É importante que o concreto não seja lançado de alturas superiores a 2 metros, evitando-se, desta forma, segregação.

Após o período de endurecimento do concreto, é necessário que exista um plano de retirada de formas e cura adequada do concreto. A retirada inadequada das formas pode ocasionar problemas estéticos e de resistência mecânica do concreto. Nesse sentido, as formas e escoramentos não devem ser removidos até que o concreto tenha adquirido resistência suficiente para:

  • Suportar o carregamento imposto ao elemento estrutural.
  • Evitar deformações que excedam as tolerâncias especificadas.
  • Resistir a danos na superfície durante a remoção.

Deve-se realizar a cura de forma adequada para garantir que o concreto perca água pela superfície exposta, assegurando a resistência mecânica adequada e a formação de uma capa superficial durável. A cura adequada garante que o concreto tenha maior durabilidade perante aos agentes agressivos, pois impede o ingresso e percolação de materiais deletérios em sua microestrutura.

No entanto, para executar as estruturas de concreto de maneira correta, deve-se seguir também a ABNT NBR 14931 – Execução de estruturas de concreto – Procedimento. Essa norma define requisitos detalhados para a execução de obras de concreto, cujos projetos foram elaborados de acordo com a ABNT NBR 6118 – tema desse artigo.

Para quais tipos de concreto a NBR 6118 se aplica?

Materiais e Estrutura

É importante que os materiais utilizados na construção estejam dentro dos parâmetros normatizados. Para isso, é preciso realizar todos os controles tecnológicos e ensaios necessários para a averiguação da sua qualidade e de seu desempenho.

A qualidade, o desempenho e a vida útil de uma construção possuem relação direta com os materiais que a compõe e com os métodos executivos empregados. Quanto maior a qualidade dos materiais empregados e melhores as técnicas construtivas utilizadas, seguindo um projeto adequado, melhor será o resultado do produto final, atendendo às expectativas do usuário no que tange à operação, manutenção e vida útil da construção.

Já a análise estrutural de estruturas de concreto armado deve ser realizada seguindo as diretrizes da norma técnica NBR 6118 – Projeto de estrutura de concreto – Procedimento (ABNT, 2014). Essa norma prescreve que a análise estrutural deve ser realizada a partir de um modelo estrutural adequado ao objetivo da análise, sendo que o modelo deve apresentar a geometria dos elementos estruturais, os carregamentos atuantes, as condições de contorno, as características e respostas dos materiais.

É importante salientar que análises complementares devem ser realizadas em estruturas em que hipóteses planas não se aplicam e no caso em que ocorre a não linearidade introduzida pela fissuração.

Hipóteses planas não se aplicam quando a estrutura apresentar não linearidades de deformações, como no caso em que a estrutura apresentar descontinuidades bruscas de geometria ou de carregamentos, como, por exemplo, em cargas concentradas de furos e aberturas em lajes, vigas-parede, regiões de variação na altura de vigas e de nós de pórticos.

Para o dimensionamento estrutural, é importante que as hipóteses básicas apresentadas a seguir sejam respeitadas:

  • Condições de equilíbrio: as condições de equilíbrio podem ser empregadas com base na geometria indeformada da estrutura (teoria da 1ª ordem), exceto para os casos que o deslocamento altere, de maneira significativa, os esforços internos (teoria de 2ª ordem), como, por exemplo, no caso de dimensionamento de pilares.
  • Condições de compatibilidade: sempre que as condições de compatibilidade não forem verificadas, devem ser adotadas medidas que garantam a ductilidade adequada da estrutura no estado-limite último, resguardando o desempenho adequado no estado-limite de serviço.
  • Carregamento monotônico: no estado limite considerado, é importante que, em ciclos de carga e descarga, em serviço, o concreto não sofra tensões de compressão superiores a 0,5 fck.

Atualmente programas como o SAP2000 e Strap são empregados para a elaboração de modelos estruturais. No entanto, é de extrema importância que o calculista estrutural siga prescrições normativas para a elaboração do modelo, sendo de suma importância que a entrada e a análise dos dados sejam avaliadas de forma rigorosa, interpretando-se desde os esforços solicitantes gerados pelo modelo e, em casos em que o modelo gera as armaduras das estruturas, a sua disposição.

Nos casos em que o modelo gere as armaduras dos elementos estruturais, é importante verificar, principalmente, as disposições construtivas das armaduras de cada elemento.

Para finalizar, o projeto deve ser a diretriz central para a execução da construção. Ele deve conter todas as informações necessárias para que a construção seja corretamente executada e que seja durável durante a sua vida útil. A manutenção é um parâmetro importante que deve ser rigorosamente tratado no que tange a estruturas de concreto armado. Para isso, inspeções periódicas visando avaliar as condições devem ser realizadas.

Um plano de inspeção e de manutenção deve ser elaborado pelos projetistas para garantir que a estrutura alcance a vida útil para a qual foi projetada.

Autor: Valdir Moraes Pereira, engenheiro civil e colaborador do Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT

 

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