Publicado em 17/06/2014Conquiste o selo de Certificação Aqua HQE

Conquiste o selo de Certificação Aqua HQE

Empreendimentos já podem entrar em rede internacional de construções sustentáveis

A Fundação Vanzolini oferece a certificação AQUA HQE, em parceria com o francês Cerway, responsável pelo Haute Qualité Environmentale (HQE). Empreendimentos brasileiros poderão receber, agora, um certificado do Processo AQUA, emitido pela Fundação Vanzolini, e outro do HQE, emitido pelo Cerway – e entrar numa rede internacional de construções sustentáveis. O Mapa da Obra entrevistou o professor Manuel Martins, coordenador executivo da certificação AQUA HQE. Ele falou sobre o desenvolvimento do selo e o estabelecimento dos critérios de avaliação. Confira!

Mapa da Obra: Se a certificação AQUA já existia e foi desenvolvida com base no HQE, qual a importância de associar essas duas certificações?

Manuel Martins: O AQUA foi desenvolvido com base no sistema francês do CSTB/Certivéa e do Qualitel/Cerqual, e adaptado a cultura, clima, regulamentações e normas brasileiras, com o auxílio de conhecimentos técnico-científico e de mercado dos professores da Universidade de São Paulo (USP), entre 2007 e 2008. Até 2013, o modelo foi aprimorado com sucesso, e neste período os parceiros CSTB/Certivéa e Qualitel/Cerqual decidiram criar o Cerway, para disseminar a certificação HQE em todo o mundo. Com isso, a Fundação Vanzolini passa a oferecer o AQUA-HQE, de nova geração, alinhada a critérios globais do HQE, que garante elevados níveis de sustentabilidade e é totalmente apropriada ao meio ambiente e à evolução da cultura e da legislação brasileiras.

Mapa da Obra: Quais são os critérios da certificação?

Manuel Martins: Critérios globais da Sustainable Alliance, da qual Brasil e França fazem parte – como consumo de água e de energia no ambiente construído. São metas adequadas ao Brasil, desenvolvidas a partir de métricas comuns para cada uma dessas questões-chave, levando em conta nossos contextos socioeconômico e ambiental, cultural e regulamentar.

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Mapa da Obra: Como foi feita a adaptação para a realidade brasileira?

Manuel Martins: Contamos com a expertise adquirida por nossa equipe técnica daqui, e consultas realizadas com especialistas do setor e empreendedores, além do parceiro francês Cerway, que também tomou parte.

Mapa da Obra: Há critérios desenvolvidos totalmente no Brasil?

Manuel Martins: São tipicamente brasileiros critérios que medem aspectos sociais no canteiro de obras e a formalidade da cadeia produtiva, o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), o Sistema Nacional de Avaliações Técnicas (Sinat) para demonstração de conformidade dos materiais e sistemas construtivos, o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE-Edifica) para eficiência energética e conforto térmico, norma de desempenho em acústica, iluminação artificial, e outros, como normas sobre instalações de gás e leis para a gestão de resíduos.

Mapa da Obra: O que o AQUA-HQE tem de diferente em relação às demais certificações existentes no mercado?

Manuel Martins: Ela exige planejamento e controle para obtenção dos desempenhos desde o início do programa para o empreendimento; certifica a obra ao final de cada uma das suas fases essenciais – pré-projeto, projeto e execução; avalia conformidade por meio de auditorias presenciais independentes; e é oferecida pela Fundação Vanzolini, com tradição no mercado desde 1967, sendo a primeira acreditada no Brasil para certificar sistemas de gestão, e mantendo-se como a principal certificadora do setor da construção desde 1990.

Mapa da Obra: O que a certificação AQUA abrange (tópicos sociais, ambientais, econômicos)?

Manuel Martins: A ênfase é no conforto e saúde do usuário e do entorno, além do baixo impacto ambiental ao longo do ciclo de vida da edificação. Requer análise econômica e ambiental global, demonstrando a viabilidade do investimento e seu retorno.

Mapa da Obra: Há relação entre a busca por certificação e o custo da obra?

Manuel Martins: O maior investimento na construção sustentável é pensar o empreendimento antes de definir o partido e as orientações ao projeto, o que permite escolhas mais efetivas e econômicas, e estabelece o controle de gestão para garantia do resultado. Dessa forma, pode-se tirar maior proveito do contexto funcional e ambiental do empreendimento, economizando nos sistemas de climatização e iluminação, por exemplo. Quanto a soluções de energia alternativa e reuso de água, ou uso de água de chuva, estes claramente adicionam custos, mas cabe à análise econômica global, acima mencionada, avaliar a sua pertinência em termos de investimento e retorno no longo prazo.

Foto: Divulgação

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