Publicado em 02/06/2015Melhores salários são de engenheiros da construção, aponta pesquisa

Melhores salários são de engenheiros da construção, aponta pesquisa

Engenheiros executivos do setor da construção civil recebem os melhores salários

Recente pesquisa divulgada pela Michael Page, empresa de recrutamento, apontou que a remuneração média de engenheiros que ocupam cargos executivos e de alta gerência no Brasil é dos melhores salários do mundo. O levantamento mostrou que um diretor de construção ganha, em média, US$ 185 mil por ano – o equivalente a R$ 46.380 por mês. Em países como Canadá, França e Alemanha, a estimativa é que o mesmo profissional receba cerca de R$ 28.730 por mês.

Quando o cargo é de diretor de contratos, as disparidades se repetem: enquanto um engenheiro no Brasil recebe, em média, US$ 180 mil por ano, na China, Austrália e Espanha a remuneração é de US$ 145 mil, US$ 120 mil e US$ 127 mil, respectivamente.
Para o Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP), no entanto, esses dados não representam a realidade brasileira – e vários profissionais compartilham da mesma opinião.

“O estudo é muito superficial, já que não aponta quantos profissionais recebem tais quantias, não informa o que é renda fixa e o que é renda variável, nem a que tipo de obras se refere e qual o custo de vida local. Conheci engenheiros que até ganhavam salários similares, mas nesses casos a parte variável da remuneração pesava. Isso não reflete a maioria dos executivos que conhecemos”, rebate Lucas Caliari, diretor da Caliari Engenharia e Serviços.

Caliari afirma ter conhecimento de engenheiros brasileiros que trabalham para empresas de consultoria nos Estados Unidos a melhores salários do que os apresentados. “A própria pesquisa mostra que no Reino Unido as remunerações podem chegar a U$ 250 mil anuais e, dentro daquilo que foi generalizado como Oriente Médio, um engenheiro pode ganhar até US$ 320 mil”.

Cristiano Aron, diretor da Michael Page, acredita que sua pesquisa seja fidedigna. Para ele, a grande oferta de empregos no setor, em anos anteriores, e o baixo número de profissionais disponíveis no mercado justificam os dados. “Obras e projetos de infraestrutura espalhados pelo país, juntamente com o boom do mercado imobiliário, nas últimas décadas, impulsionaram o aumento da remuneração desses profissionais”, justifica.

“Executivos com larga experiência e que atrelam parte do pacote de remuneração aos resultados da companhia conseguem salários nesse patamar.”

Trajetória profissional
Quem está começando e deseja chegar a cargos executivos com melhores salários precisa se preparar: a jornada é longa – em média, de 15 a 20 anos. “Isso se o profissional for bom, rápido e bastante decidido do que almeja”, conta Caliari. Alguns “meninos-prodígio” podem chegar ao topo em menos tempo, mas não sem pelo menos 10 anos de experiência.

Hoje, um engenheiro em início de carreira recebe em média R$ 7 mil (cerca de nove salários mínimos), para uma carga horária 40 horas semanais. Em São Paulo, o piso da categoria divulgado pelo SEESP é de R$ 4.728 para 30 horas, R$ 5.910 para 35 horas e de R$ 7.092 para 40. Contudo, a média salarial da região é um pouco maior.

Segundo um levantamento divulgado pelo SEESP em dezembro do ano passado, a remuneração média dos engenheiros no Estado cresceu 17% entre 2003 e 2013, e passou de R$ 7.722,60 para R$ 9.023,80. Os mecatrônicos tiveram a maior valorização, com aumento real de 74%, subindo de R$ 6 mil para R$ 10,4 mil, mas o maior valor do rendimento médio observado em 2013, no entanto, pertencia aos químicos, que recebiam R$ 12 mil por mês.

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