Publicado em 26/05/2017M’Ana: empresa presta serviços só para mulheres
Katherine e Ana Luisa aprenderam os primeiros serviços ainda pequenas com seus avósCréditos: Robson Ventura

M’Ana: empresa presta serviços só para mulheres

A M´Ana – Mulher Conserta para Mulher surgiu após uma de suas proprietárias ter passado por uma situação constrangedora

Ultimamente é muito comum ouvir a frase: “Lugar de mulher é onde ela quiser”. E foi isso que Ana Luisa Monteiro Correard, 28 anos, formada em Cinema de Animação, e a arquiteta Katherine Cristine Pavloski, 28 anos, fizeram e deram início a M’Ana – Mulher Conserta para Mulher, que presta serviços exclusivamente para mulheres

A empresa, que já tem dois anos e atendeu mais de 1.500 mulheres. Além disso, também tem o ideal de empoderar mulheres através da construção civil, as trazendo para este mercado e auxiliando para que consigam se manter.

O Mapa da Obra conversou com Katherine para saber um pouco mais sobre a M’Ana.

Entrevista: empresa que presta serviços exclusivamente para mulheres

Mapa da Obra – Como a M’Ana – Mulher conserta pra Mulher começou?

Katherine Pavloski– A M´Ana surgiu após a Ana Luisa passar por uma situação constrangedora com um entregador de gás. Após esse episódio numa conversa com dois amigos que moravam com ela sobre o ocorrido, Ana teve a ideia de oferecer os serviços de manutenção residencial para outras amigas. Fez um flyer em sua página pessoal do Facebook e viu que várias outras mulheres também já passaram por isso: o desconforto de um homem estranho em sua casa. Em menos de 24 horas foram mais de mil compartilhamentos e um deles me atingiu.

MDO – E você se interessou?

Katherine – Sim! Eu estava cansada da minha vida de arquiteta, fazendo projeto atrás de uma mesa, e já estava em busca de abrir minha empresa de obras. Então vi uma oportunidade e enviei uma mensagem para Ana Luisa. Meu perfil do Facebook não é dos mais tradicionais: estava eu com uma foto de capacete, roupa de juíza de roller derby, um esporte que pratico, e ela teve a reação – “quem é essa louca vindo falar comigo”. Enviei a mensagem que eu era arquiteta e gostaria de me tornar sócia da empresa dela. O bico que a Ana Luisa pensou em fazer se tornou uma empresa um mês depois da divulgação no Facebook. Ela pediu demissão do seu emprego; eu entrei na empresa 2 meses depois, após também pedir demissão.

MDO – Conte um pouco sobre o início, a reação das mulheres que contrataram algum serviço, a reação do público em geral…

Katherine – A reação das mulheres foi positivíssima, com certeza não sabíamos que a receptividade fosse tão grande; descobrimos um nicho de mercado que não existia. As clientes quando nos contratam nos esperam com bolo, cafés e muitos mimos em suas casas. A relação não é apenas comercial é também afetiva, pois estamos preenchendo um espaço que elas sempre tiveram problemas, mas nunca foi visto. O público em geral recebeu a M’Ana também muito bem. É um serviço diferente que aguça a curiosidade das pessoas.

MDO – Quais serviços são oferecidos exclusivamente para mulheres?

Katherine – Manutenção de hidráulica, elétrica, manutenções gerais como instalação de varal, cortina, prateleiras, suporte de TV, manutenção de azulejo em banheiro, rejunte, vedação de box, pintura interna e drywall.

MDO – Qual a avaliação que faz por haver necessidade de criar um serviço feito por mulheres para mulheres?

Katherine – Infelizmente a sociedade em que vivemos é machista. As pessoas comentam que existe lugar de homem e de mulher, que há coisas que somente os homens pode fazer e somente as mulheres podem fazer. Estamos aqui para mostrar que lugar de mulher é onde ela quiser, e se for na obra, será.

 

Outra mulher que se destaca no ramo da construção civil é Adriana Celestino, que comanda duas fábricas da Votorantim Cimentos. Conheça a história dela.

 

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