Publicado em 28/06/2017Diga adeus à eflorescência, manchas brancas nas fachadas
A infiltração é a principal causa da eflorescência em fachadas com base cimentíciaCréditos: Kara Grubis / shutterstock.com

Diga adeus à eflorescência, manchas brancas nas fachadas

Saiba o que é a eflorescência e como evitá-la em fachadas

Sabe aquelas manchas brancas que costumam aparecer nas fachadas de casas e edifícios? O nome oficial delas é eflorescência, e a principal causa são problemas de infiltração, que podem ocorrer por fissura em rebocos, rejuntes ou selantes das juntas de movimentação em fachadas com base cimentícia (concreto, tijolos, argamassas).

“A água lixivia [dissolve e retira] o hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] presente na composição do cimento, levando-o até a superfície, onde entra em contato com a atmosfera. Então, o hidróxido de cálcio reage com o gás carbônico, formando o carbonato de cálcio [CaCO3], que é um sal”, explica Nielsen Dias Alves, gerente técnico da MM Engenharia e Consultoria e consultor na área de revestimentos e concretos.

Embora o mais comum sejam as manchas brancas, Alves lembra que, se houver muita água e esta se misturar com lodo e fungos, o tom pode ser mais escuro, esverdeado.

Como evitar a eflorescência 

Há algumas formas de se evitar a eflorescência em fachadas. A melhor delas é evitar que a água penetre nos materiais cimentícios. “No caso de fachadas cerâmicas, evitaria o problema uma manutenção preventiva eficiente, com troca dos rejuntes fissurados e dos selantes das juntas de movimentação danificados”, aponta Alves.

“Fechar as trincas com argamassa ou microconcreto para evitar que a água entre também resolve”, acrescenta o engenheiro civil Roberto Ney Martins Kenupp De Souza, consultor técnico da Votorantim Cimentos. Ambos concordam que o uso de cimentos mais resistentes, como o CPIII e o CPIV – que possuem menor reserva alcalina em função do alto teor de pozolana –, diminui as chances de a eflorescência aparecer.

“Esses cimentos apresentam menor quantidade de Ca (OH)² após o endurecimento do concreto ou argamassa. Assim, há menos cal para ser lixiviada e gerar a eflorescência”, afirma o consultor. No entanto, nem sempre é possível empregar esses tipos de cimento, porque se não estão disponíveis na região da obra, o transporte pode sair caro.

Souza indica, ainda, a importância de usar o produto adequado de acordo com a classe de agressividade do local, impermeabilização do sistema e cuidado com a dosagem do traço do concreto e da argamassa.

“Quando a peça é mais porosa, quando a areia não está ‘fechadinha’, é mais fácil de a água entrar. Argamassa que esfarela quando passamos a mão na parede é um prato cheio para o aparecimento de eflorescência, porque tem alto índice de vazios. Assim, quanto mais vazios, mais fácil de a água entrar, reagir com o cimento endurecido e levar os sais minerais para a superfície, formando manchas”, declara o consultor da Votorantim Cimentos.

E como tratar?

É possível remover a eflorescência fazendo uma limpeza com ácido acético. Contudo, dependendo do nível de degradação, pode ser necessário fazer uma nova camada de revestimento. Já para evitar que a eflorescência apareça novamente, é preciso descobrir por onde a água está infiltrando.

 

Outro problema que costuma acometer obras é a umidade. Conheça todos os tipos e aprenda como evitar.

 

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