Publicado em 08/12/2014Sinduscon sedia Fórum de Segurança e Saúde do Trabalho

Sinduscon sedia Fórum de Segurança e Saúde do Trabalho

Sinduscon-SP realizou fórum internacional para estimular debate sobre boas práticas

O Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon – SP) sediou, nos últimos dias 11 e 12 de novembro, o I Fórum Internacional Segurança e Saúde do Trabalho na Construção – o maior evento para este tema dos últimos dez anos.

A programação contou com palestras, mesas redondas, visitas a canteiros de obras e cursos técnicos. A finalidade, explica a entidade, era abordar muitas das questões que envolvem o trabalho no setor construtivo, responsável por 10% de toda a produção industrial brasileira.

Consultores, especialistas e palestrantes nacionais e internacionais debateram temas como qualidade de vida, formação e capacitação de pessoas e desenvolvimento tecnológico, entre outros. Os debates apresentaram ao público casos reais, com experiências bem sucedidas e que refletiam boas práticas na implementação de políticas de gestão de saúde e de segurança do trabalho e do meio ambiente.

Educação necessária

Haruo Ishikawa, vice-presidente de relações capital-trabalho e responsabilidade social do Sinduscon – SP,  defendeu investimentos em educação para atingir a meta de acidente zero na construção. Ele foi precedido por Robinson Leme, diretor da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário do Estado de São Paulo (Feticom), que destacou a importância dos investimentos em formação básica dos trabalhadores.

A opinião de ambos se baseia no dado alarmante de que 50% desses profissionais não têm o ensino básico completo. A informação foi trazida por Leme durante o painel Os desafios para a qualificação e capacitação dos recursos humanos na indústria da construção.

Educação também foi o tema central da mesa de debates no primeiro dia do evento, integrada pela presidente da Fundacentro, Maria Amélia Gomes de Souza, o instrutor de aperfeiçoamento profissional do Serviço Nacional de

Aprendizagem Industrial (SENAI), Ideraldo Bassanelli, o idealizador do projeto Mestres da Obra, arquiteto Arthur Pugliese, a coordenadora de projetos no Inova Paula Souza, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC), Sasquia Obata, e a psicóloga Silvia Marinho, da Lapido Talentos.

Na ocasião, as críticas de Maria Amélia tiveram como alvo o sistema brasileiro de ensino técnico, que estaria distante da realidade dos canteiros de obra. “Falta metodologia mais próxima do cotidiano desses trabalhadores. A qualificação da mão de obra na construção ainda é muito precária”, afirmou.

Maria Amélia acredita que a solução seja trabalhar com equipes multidisciplinares, desenvolvendo atitude crítica e consciente acerca das responsabilidades de um profissional de obras. Como exemplo, menciona programa desenvolvido pelo Comitê Permanente Regional Sobre Condições e Meio Ambiente do Trabalho na Indústria da Construção da Paraíba (CPR-PB), do governo daquele Estado, que reduziu a zero a ocorrência de acidentes elétricos. “Temos de trabalhar pelo fim da cultura da gambiarra”, defendeu.

A proximidade com as empresas e as novidades do mercado são fundamentais ao processo de aprendizado, na opinião de Bassandeli, do SENAI. “Na unidade Tatuapé (SP), trabalhamos com um processo de melhoria contínua, ouvindo empresas, trabalhadores e acompanhando a revisão das normas técnicas”, disse.

Como é muito difícil manter o nível de qualidade e cuidado com a segurança o tempo todo, Arthur Pugliese valoriza a possibilidade de trabalhadores atuarem como multiplicadores de boas práticas, disseminando o conhecimento que adquirem entre seus colegas. Para tanto, acha essencial valorizar a experiência de vida do trabalhador, resgatando sua autoestima.

Foto: Sinduscon/Divulgação

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançou a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes na Indústria da Construção com objetivo de tornar o trabalho cada vez mais produtivo e seguro. 

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